Julgo este post extremamente importante, pois da mesma forma que eu
conheci a frugalidade outros podem conhecer e algumas características
pessoais minhas são muito importantes na hora de compreender o contexto
social de parte das dicas que serão postadas.
A parte importante do contexto social é a seguinte:
Sou homem e bem jovem. Jovem a ponto de estar na terra na queda do mundo
de Berlin, mas não velho o suficiente para assisti-la. Sou solteiro, o
que facilita demais a adoção de algumas dicas mais extremas de
frugalidade. Se mudar uma mentalidade já é difícil o que dirá mudar a
mentalidade de uma mulher e de filhos. Falando em filhos, não os possuo,
mas tenho total consciência de que cria-los dentro desta filosofia é
muito mais fácil do que mostrar-lhes o doce mundo do consumismo total e
depois retirar isto deles sem qualquer piedade.
Moro sozinho em uma cidade grande e trabalho. Ganho muito bem se for
pensar na média brasileira, mas não tão bem quanto você está pensando.
Um bom salário de alguém que tenha faculdade, acho que já é possível ter
uma noção de valores.
Por enquanto isto é o suficiente a ser compartilhado sobre minhas
características, porém, obviamente escreverei mais no decorrer das dicas
e posts.
Agora vou falar um pouco de como conheci a frugalidade, ou melhor, como
ingressei nessa. Duas palavrinhas simples, difíceis de serem
conquistadas e que mudaram completamente a minha forma de viver no
momento que as conheci.
Independência Financeira.
Me lembro como se fosse hoje meu primeiro dia de trabalho formal, sabe,
das oito as seis, dentro de um escritório. Eu era um aprendiz cursando o
curso técnico e com quatorze anos. Hoje eu vejo que comecei novo
demais. As coisas nem sempre foram fáceis em casa, mas não morri e ouso
dizer que até me fez bem
.

O que me lembro com mais clareza foi o sentimento mais forte que havia
dentro de mim. Meu Deus como eu senti vontade de ir embora daquele
lugar.
Talvez a minha primeira experiência que tenha sido ruim demais, porém
desde o primeiro dia eu já sentia nojo daquele ambiente opressor, onde
os chefes ficavam passando entre as mesas e mandando fazer silêncio a
cada troca de palavras. A forma com que as ordens eram gritadas pelos
chefes de forma até a humilhar alguns funcionários. A forma que eu
percebia que alguns gerentes sabiam menos do que eu no alto dos meus
quatorze anos. A forma com que algumas pessoas mudavam de postura na
frente dos patrões enfim, todos os problemas que todo mundo que já foi
pra labuta algum dia já vivenciou eu vivenciava neste meu primeiro dia. E
neste mesmo dia eu tomei uma decisão. Se aquilo era o que chamavam de
trabalhar eu não queria aquilo para a minha vida, pelo menos não até os
meus quarenta anos.
Imagina, uma vida inteira mofando dentro de um escritório contando os
minutos até o fim de semana e sofrendo todos os problemas que eu senti
no meu primeiro dia, isto não é viver, ou pelo menos é viver errado.
Neste mesmo dia através da internet eu comecei a estudar sobre como
parar de trabalhar de forma honesta (é claro) e cheguei nas palavras
Independência Financeira. Comecei a ler sobre investimentos, continuei
estudando sobre renda fixa, poupança, CDBs e etc. O tempo foi passando
eu continuei trabalhando e lendo sobre Tesouro Direto, Ações, Dividendos
e Fundos Imobiliários e decidi que era isto. Este é o meu objetivo:
sair da corrida dos ratos.
Não quero depender de um contracheque todo fim de mês morrendo de medo
de ser mandado embora no mês seguinte e ficar com uma mão na frente e
outra atrás. Não quero ter medo de comprar um carro ou colocar um filho
na faculdade, pois não tenho controle do meu futuro. Eu preciso ter o
controle da minha vida. Uma coisa tão importante não pode estar nas mãos
de um gerente, do pessoal do RH, da diretoria da fábrica ou de qualquer
outra pessoa senão EU.
Quero liberdade, independência financeira.
Nestes estudos li sobre milionários da bolsa de valores americana,
brasileira, chinesa e etc. Cheguei neles estudando a forma que eles
investiam, as estratégias de investimento e etc, e acabei esbarrando em
um assunto igualmente interessante.
Frugalidade.
Uma das características mais fortes que todos estes investidores de
sucesso tinham era a frugalidade. Eles tinham patrimônios que os
permitiam viver como reis, porém, seguiam vivendo na mesma casa há
trinta anos, dirigindo carros populares, comendo em restaurantes que
eles julgavam prazerosos, mas que não eram exatamente referências
internacionais.
O que é isto? Por que isto? eu pensava. Sendo tão mesquinho assim até eu
fico milionário uma hora. Demorou um tempo até eu entender que isto não
é sovinagem, é maturidade.
Warren Buffett disse que não andava de motorista simplesmente porque não
precisava de um. Morava na mesma casa, no mesmo bairro simplesmente
porque todos os seus amigos estavam lá e ele adorava a sua casa. Quem é
capaz de afirmar o contrário, ele está certíssimo. Ele gosta disso e é
isto que ELE precisa para ser feliz.
Muito antes de Buffett, Benjamin Franklin já nos presenteava com a
máxima: “cada centavo poupado é um centavo ganho”. Quando eu junto esta
ideia com o modo de vida de Warren Buffett isto me faz tanto sentido.
Pessoas arriscam tudo na bolsa todos os dias e trabalham quase quatorze
horas por dia em busca de rendimentos brutos para conseguirem comprar um
carro que não precisam para impressionar pessoas que não gostam e
acabam trabalhando a vida inteira neste circulo vicioso. Me perdoem os
descrentes, mas ISTO, não faz sentido algum.
Parafraseando o grande Marcelo D2: “Uns querem dinheiro, outros só
querem emprego. Eu vou tipo Tim Maia, o que eu quero é sossego”.
A pergunta é O quê você quer?
Eu quero independência financeira e ser EL FODÃO COMEDOR sem ter que me esforçar haha
ResponderExcluirCara estou muito feliz de ter conhecido este blog (estou lendo em 2019), tenho pensamentos muito similares e desejo mais do que o dinheiro em si, é a tranquilidade financeira. Hoje me encontro em uma situação relativamente complicada financeiramente,sou casado, nao tenho filhos, acabo de ser nomeado funcionário publico de uma pequena cidade do interior de MG, mas eu morava há 500km de distancia desta, onde vivia relativamente tranquilo na iniciativa privada, onde conseguia manter as contas em dia. Antes de ser nomeado funcionário publico tive que fazer um curso de formação (que faz parte do concurso) de 3 meses.Então nessa trajetória entre cidades e a nomeação acabei contraindo dividas, 3k com meu primo de inicio para mudança(transporte e aluguel inicial) aproximadamente 2k em cartão de credito (pata comprar os moveis essenciais,pois, na mudança só trouxe roupas e calçados meus de da minha esposa,por que viemos de ônibus)e mais 1,5k de cheque especial para nos manter em relação alimentação e outras coisas. agora 4 meses após a mudança comecei a trabalhar de fato como funcionário publico e deste então nos tivemos com viver no modo frugal gastando menos possível, hoje vejo sou blog como inspiração e fonte de conhecimento para iniciar minha trajetória de recomeço rumo a independência financeira.
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